Doutor Eurico de Carvalho, docente de Filosofia do AEDAS, na Coluna do Provedor do Jornal O Público

 (...) “Será pedir de mais?”, questiona o leitor Eurico de Carvalho depois de analisar vários casos sobre os quais se debruça no longo correio que me enviou. Um deles remete para cronistas do jornal. “Gostaria de saber quais são os critérios de contratação dos cronistas que nele têm tribuna. Entre eles, por certo, já não se encontrará o bom domínio da língua portuguesa. (…) Para que a presente denúncia não se cinja, no entanto, a meras considerações edificantes, vejamos, desde já, alguns exemplos (do mês de Agosto): a) Desculpem lá a maçada; b) Em nome da saúde mental, pais precisam de descontrair. (…) Em bom português, teríamos as seguintes correções: a) Desculpem-me lá da maçada; b) Em nome da saúde mental, pais precisam de se descontrair.” O leitor considera que o mesmo problema afecta os jornalistas do PÚBLICO, com destaque para os estagiários, e interroga-se: “Como é possível que escreva tão mal a geração mais qualificada de sempre? (…) Do ponto de vista lexical, realmente, o ‘portinglês’ enxameia as páginas do PÚBLICO (…). Num outro plano, o sintáctico, são inúmeras as construções frásicas que ‘macaqueiam’ a sintaxe do inglês, de que é exemplo o horripilante ‘é suposto’.” E dá mais dois exemplos concretos. O primeiro remete “para uma pergunta do Questionário de Proust (secção diária no mês de Agosto): “O que menos gosta na sua aparência física?” Em bom português, poderíamos ter, por exemplo, a correcção que se segue: ‘Na sua aparência física, de que menos gosta?".





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