"O DESEJADO"

20 de Janeiro de 1554

Nasce D. Sebastião, "O Desejado"



Monarca português, filho do príncipe D. João de D. Joana de Áustria, nasceu a 20 de Janeiro de 1554, em Lisboa, e morreu a 4 de Agosto de 1578, em Alcácer Quibir. Décimosexto rei de Portugal (1557-1578), éconhecido pelo cognome de "o Desejado".D.Sebastião herdou o trono de seu avô, D. JoãoIII, porque, apesar de este ter tido váriosfilhos, todos eles acabaram por falecerprecocemente. Como era menor, ficou comoregente sua avó D. Catarina, apesar de D.João III não ter deixado testamento masapenas uns apontamentos em que a indicavacomo regente. Sua mãe, D. Joana, de acordocom o contrato nupcial, teve de regressar aCastela após a morte do príncipe D. João.Aregente D. Catarina, por influência do cardealD. Henrique, começou por pedir ao Papa afundação da Universidade de Évora, queentregou aos Jesuítas. Continuou a políticade D. João III quanto ao Norte de África,querendo abandonar Mazagão, que,entretanto, teve de defender dos ataquesmouros. Acusada de sofrer influências daCorte espanhola, pede a demissão de regentenas Cortes de Lisboa de 1562, continuando,no entanto, como tutora de D. Sebastião. Foieleito como regente, nessa altura, o cardealD. Henrique, tio de D. Sebastião. NestasCortes o povo manifestou a sua apreensãoquanto à educação do rei, sobre a questão dasucessão e sobre a inalienabilidade de todo oterritório nacional, aspectos que D. Henriquevai ter em conta durante a sua regência, atéD. Sebastião completar catorze anos. D.Sebastião teve uma educação cuidada, masera de um temperamento e humor variáveis,sujeito a períodos de depressão, e decarácter um pouco influenciável por aquelesque o cercavam. As lutas que entretantohouve no Norte de África, como na defesa deMazagão, levavam-no a pensar emfuturas acções em África.Quando atinge oscatorze anos, em 1568, D. Sebastião tomaconta do governo e logo trata de reorganizaro exército, preparando-se para a guerra.Entretanto, para o país, o grande problemaera o da sucessão do rei, pois era solteiro eparecia não se preocupar com isso, tendo-semalogrado várias negociações matrimoniais,circunstância que D. Sebastião atribui aofacto de não ter prestígio militar, o que o levaa sonhar cada vez mais com grandesfeitos heróicos. Na Corte tentam fazer-lhe vero perigo de tais acções sem primeiro terassegurado a sucessão. Mas D. Sebastiãoignora tais conselhos e, em 1572, deixa aregência a D. Henrique e faz uma viagem peloNorte de África. O pretexto que D. Sebastiãoaguardava aparece com um problemasurgido no Magrebe. D. Sebastião tomapartido por uma das partes, sonhandodominar essa área e recuperar as praçasantes abandonadas. O próprio rei, contratodos os conselhos, parte à frente de umexército que ele próprio preparara. Apesar detoda a bravura no combate, o exércitoportuguês foi derrotado em Alcácer Quibir, enessa batalha morre o rei D. Sebastião e umagrande parte da juventude portuguesa. Estedesastre vai ter as piores consequências parao país, colocando em perigo a suaindependência. O resgate dos sobreviventesainda mais agravou as dificuldadesfinanceiras do país. O cadáver de D.Sebastião foi encontrado e reconhecido,estando sepultado no Mosteiro dosJerónimos. A crença popular não aceitou asua morte e daí nasceu o mito doSebastianismo.
Como não tinha descendentes, vai-lhesuceder o tio, o cardeal D. Henrique.
D. Sebastião. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.

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