centenário da morte de sá-carneiro



Fez ontem, dia 26 de abril, um século  que  Mário de Sá-Carneiro se suicidou em Paris, aos 25 anos. Amigo de Pessoa, com quem trocou intensa correspondência, foi com ele um poeta da 1ª geração modernista de Orpheu. Apesar de para a História  ter ficado um pouco na sombra de Fernando Pessoa, há quem defenda que Sá-Carneiro foi afinal o seu verdadeiro mentor, quem apontou o caminho ao poeta dos heterónimos. O documentário com que a RTP2 assinala o centenário da morte do poeta vem reequilibrar as contas.



Um poema que Mário de Sá-Carneiro nos deixou sobre a sua própria morte,  musicado pelo grupo Trovante em 1987.

contos sem fadas

A série Unfairy Tales (“Contos sem fadas”, em tradução livre), parte da iniciativa #ActOfHumanity, “explica o horror por detrás da fuga”, e põe a tónica no facto de as crianças serem crianças independentemente da sua origem, e que cada criança tem direitos e merece uma oportunidade justa na vida. Eduardo Marques e Rafael Rizuto foram os responsáveis por transformar três experiências reais em três contos que não são de fadas. Os diretores criativos da campanha explicam que o maior desafio dos filmes foi “trazer um lado infantil e doce a estas histórias”. Ao trabalharem no projeto na Califórnia, oferecendo o seu trabalho pro bono, o seu objetivo é contribuir para que a sociedade se envolva na causa dos acolhimento dos refugiados. Com esta iniciativa, pretendem ainda mostrar atos de humanidade e, com eles, inspirar mais gente a ser solidária e marcar a diferença. Pelo menos 65 milhões de crianças e jovens estão atualmente em trânsito, a fugir de conflitos nos seus países, pobreza e condições climáticas extremas.

 A UNICEF lançou três filmes de animação baseados em histórias reais de crianças em fuga da guerra “para ajudar a enquadrar as perceções positivas em relação a dezenas de milhões” de meninos e meninas na mesma situação. Uma das histórias – “Ivine e Almofada” – reproduz a história de uma criança de 14 anos, Ivine, e da sua almofada. Depois de uma viagem perigosa a partir da Síria, Ivine vai para um campo de refugiados na Alemanha onde a esperam novos desafios. “Malak e o Barco”, conta a viagem de uma rapariguinha num barco que deixa entrar a água. O terceiro filme reproduz a história de “Mustafa“, que depois de ter sido forçado a fugir de sua casa, se questiona sobre quem serão os amigos que lhe restam agora. As histórias foram animadas num estilo de conto de fadas e terão ainda ebooks animados a acompanhar.








A iniciativa não quer ficar por aqui e a UNICEF pretende produzir mais contos e conta com a ajuda de todos para conhecer “atos de humanidade” que os inspirem. Para participar, é só usar a hashtag #ActOfHumanity e partilhar histórias.

dia mundial do livro em vila do conde


cadernos de abril

São oito conjuntos de vídeos e áudios, contendo uma boa parte da história de Portugal relativa ao período da revolução de Abril disponibilizados pela plataforma online EnsinaRTP. Estão incluidas reportagens, entrevistas, cerimónias públicas e extratos de debates que proporcionam vários ângulos de abordagem da revolução. O dossiê começa ainda no Estado Novo, para que se fique com uma ideia sobre a vida quotidiana e os motivos que levaram a uma mudança política radical em Portugal. 



a estante da professora carla nunes




Recordando os tempos de estudante, começo por destacar Os Maias, de Eça de Queirós. Naquela época, gostei muito de ler esse livro. Esta leitura, realizada numa fase de transição, de algum modo contribuiu para a definição do meu percurso escolar. 
Outro livro cuja leitura apreciei muito foi Cien años de soledad, de Gabriel García Márquez, no qual é apresentada a história de uma família entrelaçada entre a realidade e a ficção. 
Toda a obra de Vergílio Ferreira é uma referência na minha vida. Eleger uma é tarefa impossível. Contudo, destaco o livro Aparição, um romance existencialista escrito na fase em que o escritor fazia a transição do romance para o ensaio. Neste livro, o autor relata a transcendência do eu como se de uma aparição se tratasse. Foi interessante descobrir que a escrita do romance foi inspirada no pensamento do próprio escritor e em algumas fases da sua própria vida. 
Considero que tal como as vivências pessoais podem influenciar a escrita dos escritores, as escolhas de leitura são influenciadas pelo momento que vivemos e estas leituras corresponderam a distintas fases da minha vida. 

concerto no auditório municipal



a estante da professora ana pinho






Somos o que lemos, os autores que admiramos, os que nos interpelam ou indignam, entre outras complexidades. Esta crença terá fundamento?
O primeiro livro que me escolheu e fascinou foi a Bíblia, com as suas histórias de amor como a de Sansão e Dalila, ou de dor como a de Job, a quem uma desgraça sucedia a outra e ele a tudo resistia com a sua fé. Mas o que mais me tocou foi Jesus, bebé pobrezinho, que me trazia prendas no Natal. Atualmente é um livro que me continua a desafiar e a oferecer companhia por ampliar a compreensão do Homem.
Na adolescência li várias vezes as obras O Corsário Negro de Emílio Salgari e A Paixão de Jane Eyre de Charlotte Bronte. À boleia do primeiro percorri mares, preguicei na ilha das Tartarugas, entranhei-me na selva, enfrentei tempestades e, muito mais tarde, tornei-me no impossível: turista aventureira! Na segunda obra encontrei, sem disso ter consciência na altura, um modelo de amor e de mulher, digna e corajosa, que se fez na adversidade. Numa época em que as mulheres, em geral, tinham como projeto de vida o casamento, Jane aprendeu o prazer de saber e de ser autónoma.
Posteriormente assolada pela paixão de desvendar crimes e de construir um sentido para a minha existência, devorei o policial Maigret, de George Simenon e a obra O Estrangeiro de Albert Camus, entre outras. Com a leitura do primeiro partilhei, volume a volume, a carreira de Maigret, admirando o seu olhar humano a incluir seres à deriva, bebendo cerveja, deambulando noite fora pela Pigalle, amando o perigo e o interdito. Já com a segunda obra, companhia de verões sucessivos, vagueava na tentativa de compreender o sentido de absurdo da existência…
Nos dias que correm, em busca de “O sol em cada sílaba”, vou de livro em livro…