a estante da professora carla nunes
Recordando os tempos de estudante, começo por destacar Os Maias, de Eça de Queirós. Naquela época, gostei muito de ler esse livro. Esta leitura, realizada numa fase de transição, de algum modo contribuiu para a definição do meu percurso escolar.
Outro livro cuja leitura apreciei muito foi Cien años de soledad, de Gabriel García Márquez, no qual é apresentada a história de uma família entrelaçada entre a realidade e a ficção.
Toda a obra de Vergílio Ferreira é uma referência na minha vida. Eleger uma é tarefa impossível. Contudo, destaco o livro Aparição, um romance existencialista escrito na fase em que o escritor fazia a transição do romance para o ensaio. Neste livro, o autor relata a transcendência do eu como se de uma aparição se tratasse. Foi interessante descobrir que a escrita do romance foi inspirada no pensamento do próprio escritor e em algumas fases da sua própria vida.
Considero que tal como as vivências pessoais podem influenciar a escrita dos escritores, as escolhas de leitura são influenciadas pelo momento que vivemos e estas leituras corresponderam a distintas fases da minha vida.
a estante da professora ana pinho
Somos o que lemos, os autores que admiramos, os que nos interpelam ou indignam, entre outras complexidades. Esta crença terá fundamento?
O primeiro livro que me escolheu e fascinou foi a Bíblia, com as suas histórias de amor como a de Sansão e Dalila, ou de dor como a de Job, a quem uma desgraça sucedia a outra e ele a tudo resistia com a sua fé. Mas o que mais me tocou foi Jesus, bebé pobrezinho, que me trazia prendas no Natal. Atualmente é um livro que me continua a desafiar e a oferecer companhia por ampliar a compreensão do Homem.
Na adolescência li várias vezes as obras O Corsário Negro de Emílio Salgari e A Paixão de Jane Eyre de Charlotte Bronte. À boleia do primeiro percorri mares, preguicei na ilha das Tartarugas, entranhei-me na selva, enfrentei tempestades e, muito mais tarde, tornei-me no impossível: turista aventureira! Na segunda obra encontrei, sem disso ter consciência na altura, um modelo de amor e de mulher, digna e corajosa, que se fez na adversidade. Numa época em que as mulheres, em geral, tinham como projeto de vida o casamento, Jane aprendeu o prazer de saber e de ser autónoma.
Posteriormente assolada pela paixão de desvendar crimes e de construir um sentido para a minha existência, devorei o policial Maigret, de George Simenon e a obra O Estrangeiro de Albert Camus, entre outras. Com a leitura do primeiro partilhei, volume a volume, a carreira de Maigret, admirando o seu olhar humano a incluir seres à deriva, bebendo cerveja, deambulando noite fora pela Pigalle, amando o perigo e o interdito. Já com a segunda obra, companhia de verões sucessivos, vagueava na tentativa de compreender o sentido de absurdo da existência…
Nos dias que correm, em busca de “O sol em cada sílaba”, vou de livro em livro…
a estante de isabel agra
Eu considero-me uma leitora compulsiva. Passo os dias a falar sobre livros e a tentar convencer os outros a ler. Na minha opinião, ler é uma forma de vivermos várias vidas.
De todos os livros que já li (e foram muitos), há três que considero especiais, porque são livros que me marcaram imenso.
O primeiro é “A Lua de Joana”, de Maria Teresa Maia Gonzalez. Este livro é muito importante para mim porque foi o primeiro livro que eu li, e foi a partir daqui que eu comecei a adorar ler. Além disso, este livro faz-nos pensar em todas as decisões que tomamos, e em que sentido essas decisões vão afetar os que nos rodeiam.
O segundo livro é “Anna e o Beijo Francês”, de Stephanie Perkins. Este livro ensinou-me a ser independente e a aceitar as mudanças. Aprendi a manter-me sempre positiva, mesmo quando tudo parece correr mal.
Por fim, o terceiro livro que mais me marcou, e que por acaso é o meu livro favorito, foi “A Cidade dos Ossos”, de Cassandra Clare. Adorei este livro. Com ele percebi que somos capazes de tudo para protegermos aqueles que amamos, seja um amigo ou um familiar. Por eles, até somos capazes e nos prejudicar a nós próprios, se isso significar que eles ficarão bem.
Recomendo estes três livros a qualquer pessoa, seja qual for a idade. Na minha opinião, “A Lua de Joana”, “Anna e o Beijo Francês” e “A Cidade dos Ossos” são livros que marcam a vida de qualquer leitor.
a estante da professora isabel tomás
Por considerar que nós somos (também) os livros que lemos, selecionei três obras que mais me influenciaram e ajudaram a crescer como pessoa (o que não quer dizer que outras também não o tenham feito).
Estas obras foram importantes na minha vida, porque desvelam a consciência da nossa finitude, do nosso inacabamento e das nossas fragilidades existenciais.
A veemência das histórias e das emoções verbalizada nas obras conduzem, de algum modo, o leitor a senti-las e a vivenciá-las como se da sua vida se tratasse. Por isso, estas histórias ajudaram-me a compreender melhor as incertezas da vida.
Na primeira obra, a personagem principal, Luís Echevarria, revela as múltiplas facetas do ser-se homem, procurando no amor o autoconhecimento e a resposta para a sua natural insatisfação.
A metamorfose mostra de forma irónica e irreal a transformação da personagem principal, Gregor, num inseto horrível. No entanto, a vítima da mudança não se preocupa com a mesma, observando contemplativamente as reações da família e amigos.
A terceira obra descreve a luta pela sobrevivência de uma família que procura, na migração, uma saída para a sua condição de miséria. No romance, são relatadas experiências humanas levadas ao limite: exploração, logro, condições de vida sub-humanas…
Três obras inesquecíveis que aconselho pela intensidade literária, pela relevância dos conteúdos, pelo entusiasmo e prazer que me proporcionaram.
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